segunda-feira, 5 de outubro de 2009

C de Coimbra (para a Maria Manuel)

JARDIM DA SEREIA

Nem Bach, o pai, foi capaz
de eternizar esta cadência.
Em Byrd, por vezes, reencontro-a.

Junta as folhas uma a uma,
com um pequeno ancinho,
e sorri, distante, aos que se
namoram - furtivos artesãos da morte.

Um cigarro pende-lhe
da boca, todas as manhãs.
Talvez ouça, como nenhum
de nós, o canto da sereia
e estejam livres, afinal,
as mãos presas que nos salvam.

Manuel de Freitas, Juros de Demora, Lisboa: Assírio & Alvim, 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

e, por instantes, sou feliz em coimbra.
MM