segunda-feira, 11 de outubro de 2010

S de Sete rosas mais tarde



Quem arranca de noite o coração do peito deseja a rosa.
Pertencem-lhe a sua folha e o seu espinho.
A esse põe ela a luz no prato,
com o seu sopro enche-lhe os copos,
só para ele sussurram as sombras do amor.

Quem arranca de noite o coração do peito e o arremessa ao alto:
não falha o alvo,
apedreja a pedra,
a esse bate-lhe o sangue fora do relógio,
o tempo faz-lhe soar na mão a sua hora:
pode brincar com bolas mais bonitas
e falar de ti e de mim.
Paul Celan

1 comentário:

Anónimo disse...

É por estas e por outras que o Núcleo de Amigos Provisórios do Bar na Cave (NAPBC) ainda não se conformou com o fim anunciado. Só mesmo ali «a rose a rose is a rose» (embora nos faltem provas de que Gertrud Stein praticasse efectivamente a «depilação preventiva»).

M.