NUMA SALA DE AULA
Falando de poesia, carregando com os livros
às braçadas até à mesa onde as cabeças
se curvam ou olham para cima, escutando, lendo em voz alta,
falando de consoantes, elisões,
cativas do como, esquecidas do porquê:
olho para a tua cara, Jude,
que não franze o sobrolho nem acena que sim,
opaca na obliquidade das partículas de pó sobre a mesa:
uma presença como uma pedra, se uma pedra pensasse
O que não posso dizer, sou eu. Para isso vim.
Adrienne Rich, Uma Paciência Selvagem,
Lisboa: Cotovia, 2008
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