segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A de A poesia é o menos (III)


SOMBRAS


Iluminar o mundo - com palavras.
velas, algum vinho.
Dito assim, quase parece simples.

Mas chovia muito e resguardou-se 
cada um na sua tão pequena chama
ou numa cómoda e fria indiferença.

Talvez fosse de esperar. As velas,
porém, continuaram a arder.
Enquanto cinco rostos se reflectiam na parede

e a poesia era, de novo, a única luz. 


Manuel de Freitas, Ubi Sunt,
Lisboa: Averno, 2014




[29 de Junho de 2014]

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