GREVE GERAL
Nesta sede de
poder sem medida
gostaria de ter
um banco
e a fronde
de uma árvore.
Uma me bastaria:
raiz, e ramagem
puxada para os céus.
Banco com a dureza
mineral do carbono:
caroço universal -
um punho cerrado.
E depois quebrar
as regras, capaz de
fechar os olhos
sob o interdito
dessa frescura
sã crepuscular.
Inclinar aí a cabeça
sobre o peito,
sem alerta, e sentir,
invasivo, o spread
das sementes.
Paulo da Costa Domingos, «Voici la poésie ce matin
et pour la prose il y a les journaux»,
Lisboa, Averno, 2014
[ID, 'Longe da aldeia', 02/013]
Sem comentários:
Enviar um comentário