FOGUEIRAS DE SÃO JOÃO
sinto arderem à margem
de um mar escuro -
e ao longo dos portos acenderem-se piras
de coisas velhas,
de algas e barcos
naufragados.
E em mim nada que possa
ser queimado,
mas cada hora da minha vida
ainda - com o seu peso indestrutível
presente -
no coração extinto da noite
me segue.
Antonia Pozzi, Morte de uma Estação, 2.ª ed.,
com sel. e trad. de Inês Dias, prefácio de José Carlos Soares e desenhos de Débora Figueiredo,
Lisboa, Averno, 2019
[ID, Porto | 018]
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