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É noite
espero-te
fumo
como a chaminé dum hospital
Escrevo
palavras que nadam num aquário
Tenho peças de relógio perdidas nas veias
Sou um colar violento ao teu pescoço de planta
Fumo
e teço um manto de algas
para te cobrir ao menor sinal de chuva
O sangue flui
com os destroços e os ossos das horas
O cigarro pega fogo à noite
in António Barahona, A Voz ao Espelho (Quinto Tômo da Suma Poética),
Lisboa, Averno, 26 de Novembro de 2017
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