DESEJO DE COISAS LIGEIRAS
Jucal leve louro
como um campo de espigas
junto ao lago celeste
e as casas de uma ilha distante
cor de vela
prontas a zarpar -
Desejo de coisas ligeiras
no coração que pesa
como uma pedra
dentro de um barco -
Mas chegará uma noite
a estas margens
a alma liberta:
sem vergar os juncos
sem agitar a água ou o ar
partirá - com as casas
da ilha distante,
para um alto recife
de estrelas -
Antonia Pozzi, Morte de uma estação,
sel. e trad. de Inês Dias, Lisboa, Averno, 2012
[ID | Lisboa, 2012]
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