ATLANTIC
No guardanapo,
a negro, o nome do oceano
em algum dia em algum
segmento perdido do tempo
haveria de ter o Atlântico
por detrás de uma janela
como se fosse a montra de
nenhum outro bar
onda atrás de onda
e quando soprasse a nortada
e o vidro se confundisse
com os cristais do sal
círculo ao redor do copo
o oceano era a palavra que
levava aos lábios.
João Miguel Fernandes Jorge,
Invisíveis Correntes, Lisboa: Relógio D’Água, 2004
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