Desaparecimento e aparecimento da poesia
As nuvens sobrevoaram os poemas. Os poemas desapareceram. Submersos no limbo. Ou ocultados por uma folha amarelecida, quase ao rés da terra, na floresta nocturna de repente incognoscível. Os poemas foram deslizando para o outro lado do tempo. Quem os escreveu deu-os por perdidos, dolorosamente ignorante da viagem secreta.
Os poemas desapareceram.
Contradizendo o abismo irremediável, os poemas emergiram na manhã seguinte. Cobertos de orvalho.
Alberto de Lacerda, O Pajem Formidável dos Indícios (Assírio Alvim)
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