TROUBLE IS A MAN
Nova Iorque, 1986: sente-se atraída
pela capa de um disco chamado Evol,
onde uma das canções se chama Marilyn Moore.
Não é fácil, para uma morta, ressuscitar
tão inesperadamente. Há, portanto,
quem se lembre do seu silêncio em tempo de ruído.
Em casa, o disco causa-lhe primeiro horror,
depois uma breve simpatia, e acaba
por reconhecer que a letra é o mais fiel retrato
que alguma vez pôde ter de si própria: "frustrated desire
turns you away/ and turns you insane/ over and over".
Marilyn Moore sabe, finalmente, que já pode morrer.
Manuel de Freitas, Marilyn Moore, com 3 desenhos de Adriana Molder,
Lisboa: Assírio & Alvim, Dezembro 2011
Sem comentários:
Enviar um comentário