A DOR
[Jardins da Gulbenkian, 1926]
Para o Alexandre e o Diogo
A dor tem afinal memória.
Guardámos-lhe as promessas
quebradas, o sangue cosido,
todos os passos no mapa do tesouro
que nos trouxe a esta tarde.
E o mapa pode até ser falso
ou a luz demasiado pobre,
que não nos voltaremos a perder
assim: aprendemos a traficar
o caminho a três vozes,
deixando os nossos mortos
e ruínas a marcar cada encruzilhada.
Basta agora escolher
um horizonte, abrir as mãos,
evitar as pontes do hábito.
Será uma estrada nova,
nossa. Chegaremos então.
ID
3 comentários:
há fenómenos na blogosfera que nao compreendo - como este seu, magnifico, blog, não ter comentários.
fica cá este, como prova da minha admiração por aquilo que constrói aqui.
Obrigada :)
Um beijo.
Eu leio muito este blog em silêncio.
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