INTERMITÊNCIAS
O autocarro afasta-se,
e a praça é uma aranha de seis patas.
Tal como esta paisagem,
a minha ideia de mim próprio foi mudando:
não posso estar completamente satisfeito.
Sei que parece um lugar-comum,
mas os lugares-comuns
- como muros
de ambos os lados da estrada -
dão-nos segurança,
delimitam-nos.
Parar é prosseguir a caminhada.
Arbusto
ou papoila,
também na margem existe vida.
Josep M. Rodríguez, A Caixa Negra,
trad. Manuel de Freitas,
Lisboa: Averno, 2009
Sem comentários:
Enviar um comentário