quinta-feira, 3 de maio de 2012


[Lisboa, 1º de Maio de 2012]


A minha capacidade de desilusão é inesgotável. E ineducável. Mantém-se felizmente e directamente proporcional à minha capacidade de surpresa; às vezes, ainda de assombro.
E escrevo-as. A ambas. Para nunca me esquecer de que estou só. Para nunca me esquecer, também, de que a minha solidão está acompanhada, tem vista para mais solidões. Como uma navegação de cabotagem rente a outros que não são margens, mas se deixam roçar (consolar?).
A memória de todas essas escalas é, simultaneamente, a de todas as partidas. É essa a aventura, o desequilíbrio necessário à escolha: deixar as luzes acesas nas salas do tempo ou apagar ainda mais o escuro. Seja como for, o contrário da indiferença. Sempre.

2 comentários:

margarete disse...

"Seja como for, o contrário da indiferença. Sempre."

nem mais.
chama-se vida.

Odracir disse...

"A minha capacidade de desilusão é inesgotável.(...)ou apagar ainda mais o escuro."

Afinal, a ilusão não ilumina nada...

(Gosto da tua escrita)