EM HORNBAEK, COM PESSANHA
Nunca pensei que um dia,
a Norte de tudo, viéssemos
apanhar sob a água plana
conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos.
Mas foi o que aconteceu em Hornbaek.
Não falarei do vento que
alisava as dunas, do pátio sem
defeito do restaurante Olivia
ou do pequeno comboio
que dividia a meio a floresta.
Só me interessa, hoje,
o que pude sentir nas minhas
e nas tuas mãos: conchinhas
da mais alva porcelana,
seixos tenuemente cor-de-rosa.
Enquanto, esquecidos de Kroyer,
percorríamos juntos a distância sem fim.
Manuel de Freitas, Brynt Kobolt,
Lisboa: Averno, Abril de 2008
Sem comentários:
Enviar um comentário