TEMA
Foram quintais de dois invernos,
um desenho na janela para explicar
qualquer coisa sobre nós, qualquer coisa
terrivelmente alheia às palavras.
Pequenos alicerces do próprio tempo,
quem diria que os podíamos
apagar? Iam do princípio ao fim
dos meses, era onde se agarrava
o ramo branco da casa.
Rui Pires Cabral, Praças e Quintais,
Lisboa: Averno, 2003
[ID, S. Miguel, 17/08/11]
NOMEAR-TE
Não o poema da tua ausência,
Apenas um desenho, uma fresta num muro,
Algo no vento, um sabor amargo
Alejandra Pizarnik, 30 Poemas,
trad. Inês Dias e Manuel de Freitas,
Lisboa: Língua Morta, 5 de Setembro de 2011
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