A Revista Única do Expresso publicou este balanço das coisas que desapareceram para sempre no decurso da década que agora termina. É verdade que já não há telegramas, nem Concorde, nem Feira Popular, nem filme para a Polaroid que ainda guardo na gaveta porque foi um dos meus objectos mágicos, mas os outros "epitáfios" são um pouco apressados: a Nazaré continua a ser uma feliz excepção aos esforços da ASAE no sentido de proibir o consumo de fritos em plena areia; o giz ainda é uma realidade em muitas escolas (e bem mais ecológico e funcional por vezes); ainda há quem escreva cartas manuscritas (apesar de os alunos desconhecerem, em muitos casos, o significado da expressão "papel de carta"); e a minha rua conjuga, em certos dias e sem qualquer esforço de reconstituição histórica, um engraxador quase cativo, um amolador itinerante e uma costureira de bairro permanente. Sou uma privilegiada - ou se calhar também desapareci para sempre e ainda não reparei...
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