Quando os poetas salvam num poema exactamente aquilo que não conseguimos salvar em fotografia:
[para a Maitê]
Na rua onde moro
junto ao restaurante da esquina
plantaram um pequeno roseiral
na calçada esburacada
houve logo quem ficasse com medo
que subisse o preço das refeições
mas afinal isso não aconteceu
há uma semana que as rosas
vão esmorecendo na calçada
enquanto o medo muda de cor.
Carlos Alberto Machado, REGISTO CIVIL - poesia reunida,
Lisboa: Assírio & Alvim, 2009
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