III
O meu poema é uma écloga
fechada num quarto cheio de borboletas
e esta mulher sólida e pacífica
que modela no lume esculturas frias
O meu poema não é um poema
mas apenas transposição de ver,
por exemplo, agora, o espanhol que viaja há três anos
a dormir em cemitérios
O meu poema é olhar,
velar a técnica,
fotografar as mãos para acender a luz
Um dia serei eu próprio o meu poema
com dentes de perdiz em tempo de caça
fugitivo
sensitivo
procurador
extintor de sono
O meu poema é uma écloga
fechada num quarto cheio de borboletas
e esta mulher sólida e pacífica
que modela no lume esculturas frias
O meu poema não é um poema
mas apenas transposição de ver,
por exemplo, agora, o espanhol que viaja há três anos
a dormir em cemitérios
O meu poema é olhar,
velar a técnica,
fotografar as mãos para acender a luz
Um dia serei eu próprio o meu poema
com dentes de perdiz em tempo de caça
fugitivo
sensitivo
procurador
extintor de sono
Muhammad Abdur Rashid Ashraf (António Barahona)
in Criatura, nº 5
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