até aos dedos densos de frieiras
demanda da alma com cicatrizes
imprecisão dos golpes, incisões
perdidas, devaneios como gume
por onde ascende em gretas outro dia
janela, cascas nacaradas, rio e ouro
*
As borboletas desdobram as asas
assim se abrem os olhos pesados
fios soltos da luz, e há barrelas
vozes de realejos e vapores
na encadeada nitidez do ar
eis as talhas douradas pelo sol
e haveria um dia de luz iluminada
José Manuel Teixeira da Silva, Anima, introdução e ilustrações de Ana Abreu,
Lisboa: Língua Morta, Outubro de 2011
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