quinta-feira, 12 de abril de 2012

L de (A) Luz da Sombra (XII)


ESPERA


Quando estou sem remédio
tudo jaz em torno ao berço
parado quieto seguro

As janelas não convidam
as lâminas desanimam
o gás nada promete

Em cada quina uma espuma
embota o gume
em cada gesto um arreio
rasga a vontade

Ninguém se atreve
no auge da tristeza
Sem luz ninguém se apaga

Porque estou assim
pensam que me conformo
mas um fósforo molhado
ainda pode secar


Fabio Weintraub, Baque,
Lisboa: Língua Morta, 2012





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