DE MOMENTO EM MOMENTO
Porquê este caminho e não outro? Onde é que ele vai dar para nos atrair tanto? Que árvores e que amigos estão vivos atrás do horizonte das suas pedras, no milagre longínquo do calor? Viémos até aqui porque lá onde estávamos já não era possível. Torturavam-nos e queriam-nos escravos. O mundo, hoje em dia, é hostil aos Transparentes. Foi preciso partir de novo... E este caminho, que parecia um longo esqueleto, trouxe-nos a um país que só tinha o seu próprio fôlego para escalar o futuro. Como mostrar, sem as trair, as coisas simples desenhadas entre o crepúsculo e o céu? Pela virtude da vida teimosa, nos meandros do Tempo artista, entre a morte e a beleza.
René Char,
no prefácio a um dos meus livros de fotografia preferidos
[Trad. ID]
2 comentários:
que é... qual?...
(pode-se saber? :)
Claro:
Henriette Grindat / Albert Camus, LA POSTÉRITÉ DU SOLEIL (1965).
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