segunda-feira, 19 de março de 2012

E de "É assim que se faz a História. Sem palavras a mais." (XVIII)

DE MOMENTO EM MOMENTO


Porquê este caminho e não outro? Onde é que ele vai dar para nos atrair tanto? Que árvores e que amigos estão vivos atrás do horizonte das suas pedras, no milagre longínquo do calor? Viémos até aqui porque lá onde estávamos já não era possível. Torturavam-nos e queriam-nos escravos. O mundo, hoje em dia, é hostil aos Transparentes. Foi preciso partir de novo... E este caminho, que parecia um longo esqueleto, trouxe-nos a um país que só tinha o seu próprio fôlego para escalar o futuro. Como mostrar, sem as trair, as coisas simples desenhadas entre o crepúsculo e o céu? Pela virtude da vida teimosa, nos meandros do Tempo artista, entre a morte e a beleza.


René Char,
no prefácio a um dos meus livros de fotografia preferidos

[Trad. ID]

2 comentários:

sem-se-ver disse...

que é... qual?...

(pode-se saber? :)

ID disse...

Claro:
Henriette Grindat / Albert Camus, LA POSTÉRITÉ DU SOLEIL (1965).