quinta-feira, 7 de abril de 2011

V de Vista para um saguão



Com a tarde
cansaram-se as duas ou três cores do pátio.
Esta noite a luz, o claro círculo,
não domina o seu espaço.
Pátio, céu demarcado.
O pátio é o declive por onde se derrama o céu na casa.
Serena,
a eternidade espera na encruzilhada de estrelas.
Grato é viver na amizade escura
de um saguão, de uma latada e de uma cisterna.


- Jorge Luis Borges


[O saguão do poema é do sítio do costume. O saguão da fotografia é da casa do gato que gosta de olhar para o pássaro.]

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