[...]
Não há portugueses. Há políticos. Vale mais para nós o predomínio do nosso partido do que a honra e a independência da Pátria. Se a vitória da Alemanha assegurasse as instituições republicanas, não haveria um republicano que fosse francófilo. Se a vitória da França restaurasse a monarquia, entre os monárquicos não haveria um germanófilo. Não há portugueses. Há políticos. A nossa terra é um cenário de acaso, onde se representam egoísmos, falcatruas, misérias...
Portugal deixou de viver, porque deixou de ser amado e compreendido. Não é mais que um pobre criado que só tratamos bem quando nos serve... Portugal não existe; existem partidos. Uma coroa real e um barrete frígio, vêde a pobre constelação de farrapos em volta da qual gravitam as nossas almas (?)...
[...]
Teixeira de Pascoaes,
na revista Águia (1915)
Sem comentários:
Enviar um comentário