TERAPIA
Tranquilizo-me quando
não falam os parvos,
se vão os intriguistas,
veraneia o mesquinho,
o invejoso dorme;
fico à defesa se
sedam o melancólico,
condecoram o mentecapto,
domesticam o herói,
dão medalhas ao vate,
acariciam os lerdos.
Indisponho-me se falam
bem de mim na minha presença
e também se não falam
nada de mim ou quase nada.
Sou um luzeiro escuro.
E calo-me. Talvez
porque falta uma gota
de vinho carrascão
para transbordar o copo.
Antonio Hernández
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