LÂMPADAS
Em junho gostas de madrugar, luz, para te esgueirares por entre as ripas dos estores que nunca fecham até ao fim. Tentas visitar os quartos onde os amantes se abraçam. Ainda que gostasses de ficar acordada, luz, para desfrutar dos seus rostos encadeados, há um momento em que os olhos te pesam e os fechas, e perdes, deitada no sofá, o argumento do filme cujo fim descobres quando acordas para te infiltrares pelas ranhuras. Sei todas estas coisas, vejo-as, mas tenho uma dúvida, luz, contemplas os lençóis desfeitos ou também o que sonham?
[Trad. ID]
1 comentário:
Gosto especialmente!
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