terça-feira, 2 de outubro de 2012

E de "É assim que se faz a História. Sem palavras a mais." (XXXVI)

LISBOA (3)



imaginaste um país imóvel devorado pelo sol
e o arrepio do canto espalhou-se pelas ruas 
onde o tempo passa lento e branco em direcção
a outro tempo igual
 
ao fundo do restaurante o olhar preso em ti
da dama do charuto - café flor do mundo
encruzilhada onde se dorme frente à europa
apercebida como uma sombra que se afunda
nas veias dos arrumadores de carros
 
imaginaste que em ti permaneceria
esse barulho metálico de continentes abandonados
enfim
ontem foi o último dia
em que conseguiste calçar-te - essa guerra
que te deixou por sarar
um túnel de veludo ensanguentado na cabeça
 
 
Al Berto

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