Não foi absolver, foi perdoar,
mas é a mesma coisa. As intenções
do mundo, as condescendências,
tudo concentrado ali, no corpo
aberto. No corpo que me saúda
num dia de festa, que nesse dia
vai à feira comigo, come farturas
e anda comigo de carrossel, me aperta
contra si e depois se arrepende, não
vá eu querer festa todos os dias.
Helder Moura Pereira
in Telhados de Vidro n.º 20, Lisboa, Averno, Setembro de 2015
[ID. 'Modo(s) de voo', 21/12/014]