domingo, 7 de junho de 2015

R de (O) rio da minha aldeia






[...]

É o chamado rio tejo
pelo amor dentro.
Vejo as pontes escorrendo.
Ouço os sinos da treva.
As cordas esticadas dos peixes que violinam a água.
É nas barcas que se atravessa o mundo.
As barcas batem, gritam.
Minha vida atravessa a cegueira,
chega a qualquer lado.
Barca alta, noite demente, amor ao meio.
Amor absolutamente ao meio.
Eu respiro nas quilhas. É forte
o cheiro do rio tejo.

[...]


in Ofício Cantante, Lisboa: Assírio & Alvim, 2009





[ID, Santarém / Julho 010]

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