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Encontrar uma coisa é sempre agradável; um momento antes e ela ainda não estava lá. Mas encontrar um gato: é extraordinário! Porque este gato, o leitor estará certamente de acordo, não entra completamente na nossa vida, como aconteceria, por exemplo, com um brinquedo qualquer; mesmo pertencendo-vos agora, permanece um pouco de fora, e isso faz sempre:
a vida + um gato
o que dá, asseguro-vos, uma soma enorme.
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- in Mitsou, quarenta desenhos de Balthus com um prefácio de Rainer Maria Rilke,
Lisboa, Relógio D'Água, 2002
1 comentário:
Os gatos pertencem antes de mais a si mesmos. Mas também são dos donos. Têm com eles uma relação interessante: saem a passeio, mas regressam; ofertam-lhes todos os bicharocos que apanham; passeiam-se a roçar as pernas e chegam mesmo ao cúmulo de deitar-se entre elas, fazer ali, no mais efémero lugar, uma cama de dormir; festejam-nos com miados tão ternos e suspensos como os jardins da Babilónia. Que mais se pode desejar?!
Boa semana.
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