TRITÃO
[Jardim da Sereia, séc. XVIII]
Quero-te assim.
Com as pernas que nunca tive
para te seguir
e todos os dedos que fui
amputando, do lado do coração,
em castigo por não te saber tocar.
Assim, de cabeça finalmente perdida
para te explicar apenas
o essencial -
não há palavras
suficientes a este amor.
E um poema, mesmo de pedra,
também passa, a menos que
te ganhe para sempre os olhos.
Inês Dias, Da Capo,
Lisboa: Averno, 2014
[Tritões: Sintra, 30/05/15 e Coimbra, 18/12/11]
2 comentários:
... e parece ter sido por amor : )
Linda, como muitas outras!
Helena Nilo
Só vale a pena perder a cabeça por amor: é a única "grande razão" :)
Obrigada e beijo,
Inês
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