sábado, 30 de setembro de 2017

O de Outono (VIII)


MARA

A chuva
não veio, os tinteiros
estão vazios,
os sonhos acomodam-se
em latas de cerveja.
Porque o Setembro,
porque esta folha de papel
fica branca, tu não dás
com a minha porta, mas
o meu cabelo cresceu,
as divas sorriem-nos
dos cartazes,
com as palavras
que eu não encontrei
um outro mata
a sua sede.
Jürg Beeler (trad. de João Barrento)
in Bumerangue 3, Guimarães, 1997

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