a insubmissão é uma arma apontada para os grandes horizontes
que são de todos nós para tudo o que nunca fomos nem seremos
quando um esquecimento nos vem à memória
a insubmissão é cortarmos o pescoço para podermos verdadeiramente cantar
a insubmissão é um marinheiro desgovernado
que encontra no mar uma mulher-serpente e lhe dá de comer
como se tivessem ambos as pálpebras silenciosas e a boca entreaberta.
Mário Botas
in Aventuras de um crâneo e outros textos,
Lisboa: Averno, 2013
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