SETEMBRO
As uvas prolongam o verão. O sol inteiro condensado no seu açúcar. Nos dias de feira atam-no aos paus que sustêm os toldos. Ainda há quem insista em comprar uma camisola de alças para que o calor não fuja. No poema que o rapaz escreve à sombra de um castanheiro a tarde tem olhos lânguidos. Vê-a passar sem se atrever a dizer-lhe nada. Meninas e meninos fazem fila num escorrega para imaginar que chegam ao céu graças à sua tecnologia. O crepúsculo deixa a inicial de um nome em cada janela aberta à sua frescura.
[Trad. ID]
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