quarta-feira, 26 de agosto de 2020

P de (Po)ética (LXI)

 



Joaquim Manuel Magalhães, Para comigo,
Lisboa, Relógio D'Água, 2018


terça-feira, 25 de agosto de 2020

N de "Nous deux encore" (III)




João Almeida, As Condições Locais,
Guimarães, Opera Omnia, 2014

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

I de Incipit



[ID, Santarém | 2012]




João Barrento, Como um hiato na respiração - Diário do dia seguinte,
Lisboa, Averno, 2015




Manuel de Freitas, Incipit,
com capa de Inês Dias e arranjo gráfico de Pedro Santos,
Lisboa, Averno, 2015

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

T de Tempo sem tempo (XX)

 



 Michael Ende, Momo,
trad. de Maria Margarida Morgado, Lisboa, Presença, 1984

terça-feira, 18 de agosto de 2020

M de Museu Imaginário (XVI)




Christo and Jeanne-Claude, Wrapped Trees,
Fondation Beyeler and Berower Park, Riehen, Switzerland 1997-98
Photo: Wolfgang Volz, ©Christo 1998

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

D de "deve ser/ com certeza um sítio muito triste" (II)


ADEUS


Envio-te o meu gato negro com um colar de violetas 
- Último gesto deste dia de Inverno. 

Não perturbar os pequenos barcos ao longe 
- Meu ir conventual pensar de flores. 

Não perturbar o fumo do cigarro 
- Pousado no silêncio.

 
Manuel de Castro, Paralelo W
(edição do autor, 1958)

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

L de Levantar a cabeça



[ID | Ribatejo, 12/009]

P de (Um Ano de) Pássaros (V)



Manuel de Freitas, A Nova Poesia Portuguesa,
capa de Pedro Serpa a partir de fotografia de Inês Dias,
Lisboa, Poesia Incompleta, 2010

terça-feira, 11 de agosto de 2020

(O) Jardim e a Casa (XXI)



António Barahona, A Fina Flora do Crepúsculo (Sétimo Tômo da Suma Poética),
Lisboa, Averno, 2019


*



Uma epígrafe:
Inês Dias, Ponto-Sombra, 
São Paulo, Corsário-Satã, 2018

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

F de Férias (II)


TEMPO SEM TEMPO
(Mario Benedetti)


Preciso de tempo necessito desse tempo 
que outros deixam abandonado 
porque lhes sobra ou já não sabem 
que fazer com ele 
tempo 
em branco 
em vermelho 
em verde 
até em castanho escuro 
não me importa a cor 
cândido tempo 
que eu possa abrir 
e fechar 
como uma porta 

Tempo para olhar uma árvore um farol 
para andar pelo fio do descanso 
para pensar que ainda bem que hoje não é Inverno 
para morrer um pouco 
e nascer em seguida 
e dar-me conta 
e dar-me corda 
preciso do tempo necessário para 
chapinhar umas horas na vida 
e para investigar por que estou triste 
e acostumar-me ao meu esqueleto antigo 

Tempo para esconder-me no canto de um galo 
e reaparecer num relincho 
e para estar em dia 
e para estar em noite 
tempo sem recato e sem relógio 

Que o mesmo é dizer preciso 
ou seja necessito 
digamos que me faz falta 
tempo sem tempo. 


Versão de Miguel Martins 
in Proibida a entrada a animais (excepto cães-guia), 
Lisbao, Língua Morta, 2010

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

N de "Nous deux encore" (VII)


FALÉSIAS


Poder-me-ão encontrar, trago um rapaz na minha
memória, a casa a uma janela
da qual o faço vir como um sabor à boca,
falésias onde o aguardo à hora do crepúsculo.

Regresso assim ao mar de que não posso
falar sem recorrer ao fogo e as tempestades
ao longe multiplicam-me os passos.
Onde eu não sonhe a solidão fá-lo por mim.


Luís Miguel Nava, Como alguém disse
com desenhos de Manuel Cargaleiro, Lisboa, Contexto, 1982

J de Janelas - V b


Convoco a luz para o lugar
da morte. Tu vibras numa vertical
do deserto, em plena velocidade
fracturada. Há nuvens de pontos
na dobra da visão, nenhum limite.
Exposto como um ferimento, que soberania
exerces no vazio? Assim se arruinaram
as arquitecturas: armadilhar a casa
ficar preso dentro de uma sala.
Fechar uma parede para abrir uma janela.


Carlos Poças Falcão,  Arte nenhuma (poesia 1987-2012),
Guimarães: Opera Omnia, 2012