"Ainda que fale da decadência, do desaparecimento e do abandono, o seu trabalho é composto de imagens muito belas e sedutoras. Isso não é um paradoxo?
Eu não sei como é que as pessoas chegam ao meu trabalho, mas sei que, de algum modo, ficam contagiadas por certo modo de ver. E isso resulta de eu conseguir descobrir beleza em algumas das coisas para que olho: é como se ao fim de algum tempo, e para sobreviver, a decadência se transformasse num resto de beleza. Porque, se eu não conseguir amar as coisas que fotografo, não consigo sobreviver."
Entrevista de Nuno Crespo a Paulo Nozolino
in "Revista 2", Público, 12/05/2013
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"[...] Fiz um curso rápido nas Belas Artes e escolhi Fotografia.
Por causa de um fotógrafo, uma fotografia?
Não. Com 17 anos tinha uma namorada que eu adorava e que acabou tudo. Estávamos no Parque Eduardo VII. Como é que pode ser se eu nem tenho uma fotografia tua? Corri a casa e fui buscar uma Kodak Instamatic do meu pai que ainda tenho. Tirei-lhe várias fotografias e nunca mais a vi. Não estava tudo perdido."
Entrevista de Clara Ferreira Alves a Paulo Nozolino
in "Revista Única", Expresso, 29/01/2011
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