Reconheces a força animal
da folha descendo, ave, em redor
do seu eixo. Em cada noite
os gestos de ver trazem-te
inquietude, contas as telhas que faltam
e a lanterna aponta ruídos.
Morreram dois peixes
nessa luz e outra moléstia
abre o outono, lançasses
o ácido às camélias e logo
havias de ver a falsa cor do céu.
A folha que desce é uma asa
no caminho da seda interior
da terra. Ou os teus dedos compondo
a feroz razão de uns enxertos.
Helder Moura Pereira
in AAVV, Dep. Leg. n.º 23571/88,
Lisboa, Frenesi, 1988
[ID, Jardim Constantino, 06/04/2011]
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