A PANTERA
que bruxuleiam à sua frente desfocados;
parece que existem mil bares
e atrás desses mil bares um mundo vazio.
A rotina de um pêndulo: rodar sobre os calcanhares até
sentir que atravessou o seu próprio corpo – como whiskydespejado até ao gargalo e depois de volta ao fundo da garrafa.
Ele gira sobre o eixo da sua vontade dormente e perplexa.
Às vezes, porém, as persianas dos olhos
abrem-se e deixam entrar uma imagem – um rosto, talvez –
disparando por entre os músculos tensos, aliviando
os membros, correndo até ao seu coração para morrer.
Robin Robertson, Slow Air,
Londres: Picador, 2002
[Trad. ID]
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