"A vida antiga foi apenas silêncio. Foi só no século XIX, com a invenção das máquinas, que nasceu o ruído. Hoje em dia, o ruído domina soberanamente a sensibilidade dos homens. Durante vários séculos, a vida decorria em silêncio ou em surdina. Os ruídos mais recorrentes não eram intensos, nem prolongados, nem variados. De facto, a natureza é normalmente silenciosa, excepto as tempestades, os furacões, as avalanches, as cascatas e alguns movimentos telúricos excepcionais. É por isso que os primeiros sons que o homem extraiu de uma cana furada ou de uma corda estendida o maravilharam profundamente."
Luigi Russolo, A Arte dos Ruídos - Manifesto Futurista, 1913,
trad. Miguel Martins, Lisboa: Momo, 2013
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