sábado, 23 de março de 2013

I de "I'm building a still to slow down the time" - b


Não interessa se falho na tarefa,
ao fim e ao cabo o imutável sempre
continuará imutável, e nada
somo ou tiro. A lua estará quieta
despertando-me sempre. Enquanto as margens
continuarão rasgadas pelo mar.
O sol continuará esse implacável
assombro. Sempre haverá uma aranha
a vomitar cristal e seda juntos.
Sempre haverá névoa. E continuará
a feroz ternura das tuas mãos.


Amalia Bautista, Estou Ausente,
trad. Inês Dias, 
Lisboa: Averno, 2013




[Lisboa, 19/03/13]

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