sexta-feira, 15 de março de 2013

E de Espera (XXIX)


ANONIMATO
 
 
 
Uma mulher na varanda
Se debruça sobre o mar
Contempla as gaivotas gêmeas
Espera uma carta de amor
 
Brilha o cemitério aéreo
As nuvens jogam boxe
 
Passam meninas cantando
 
Não sabem que sou poeta
E o amor que existe em mim
 
 
Murilo Mendes, Poesia,
Rio de Janeiro: Agir, 1983
 

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