segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

H de Humanidade (IV)


Ao longe esse gato enferrujado. Ao longe
essa árvore que se coça. Ao longe
essa ilha que se prostitui
para comprar um nome de mulher.
Ao longe esse azul prisioneiro.
Ao longe esses vulcões rabugentos.
E aqui nada! nem a tristeza,
nem o suspiro, essas palmeiras nuas.
Aqui cada um de nós morreu
ao longo de vinte séculos tantas vezes,
que já não sabe o que fazer
para morrer de uma morte que mate.


Alain Bosquet
[Trad. ID]

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