Lívio olha fixamente na direcção de Mónica. Imaginemos um soneto canónico em que um dos versos tem mais quatro ou cinco silabas que os restantes. Sucede o mesmo com este plano, que colocado nas mãos de qualquer montador de qualquer parte do mundo ficaria com uma boa meia dúzia de segundos a menos. Eu penso, todavia, que é preciso querer errar para que se acerte absolutamente.
João César Monteiro, "Quem espera por sapatos de defunto morre descalço"
in Obra Escrita 1, Lisboa: Letra Livre, 2014
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