sábado, 23 de maio de 2015

A de A poesia é o menos (IX)


TORRE


À noite, somos todos mortais outra vez.
Para que serve uma torre de vigia?
Já se sabe que na selva é mesmo assim:
procurar lenha, acender uma fogueira,
manter os mosquitos afastados. 

Contudo, à luz do dia, sobrevoar o mar largo
sem ser visto, escalar ao menos uma vez
o elevador de Santa Justa.
São pombas, nos beirais, ou são os corvos
da mui nobre cidade de Lisboa?


Vítor Nogueira
in AA.VV., Rua dos Correeiros N.º 60, 1.º Esquerdo,
Lisboa, 22 de Maio de 2013

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