sexta-feira, 29 de junho de 2012

D de "deve ser/ com certeza um sítio muito triste" *

Este poema seria teu, Inês,
se não fosse de ninguém.
Ao chegarmos de Lisboa,
depois da paragem ritual
no Café Lisbela - onde tudo
se compra e tudo se perde -,
vimos uma cadeira de rodas
à venda, uma motorizada
ao lado, uma igreja vazia
da qual certamente gostariam
Andrei Tarkovsky, Tonino
Guerra ou Ana Teresa Pereira.

[...]


Manuel de Freitas, Motet pour les trépassés,
Lisboa: Língua Morta, 29 de Junho de 2011


 


* Este post, tal como este, serão sempre também da Célia e do Rui, que, há dois anos, nos fizeram sentir que, apesar de tudo, ainda havia margens. Obrigada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre...

Beijo.
Céla