E então nós os vis
que amávamos a noite
rumorosa, as casas,
os percursos no rio,
as luzes vermelho sujo
desses lugares, a dor
mansa e calada -
arrancámos as mãos
da cadeia viva
e calámo-nos, mas o sangue
fez estremecer o coração,
e não houve mais doçura
nem mais abandono
aos passeios no rio -
não mais servos, soubemos
que estávamos sós e vivos.
Cesare Pavese
in O Vício Absurdo, sel. e trad. Rui Caeiro,
Lisboa: & etc, 1990
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