quarta-feira, 18 de março de 2015
A de A poesia é o menos (VI)
Caralhos fodam tudo isto os ramos de jacintos,
as margaridas.
Quanto mais árvores melhor. Mais tempo.
Temos os rudimentos destes passos o sonho apontando
um lado, outro lado.
O que nos acontece é o que sucede dentro. Um
pouco a simetria cartesiana, a mulher sentada de
mesa a mesa de café. Faz o que o pensamento faz,
foge por entre os dedos de café em café. Tendo
na evasão a sua natureza
a fluente relação do que ganha perdendo: as alturas
da terra, as alturas do mar.
Porque são tão lentos os passos abandonados ao
simples estudo
e porque diz "será que as coisas hoje acontecem tão
rapidamente?",
seja o que for
fixa a prévia partícula da cor, o medo, o ar, o
antever os vivos. Os vivos acontecem.
A própria respiração era uma brincadeira lançada sobre o
vidro frio da janela,
embora víssemos os que matavam pássaros
em pleno voo.
(As fronteiras estão cuidadosamente guardadas
pelo meu vizinho.)
Há uma paisagem na unha do meu corpo.
Irrelevante paisagem. Maravilhosa paisagem erguendo
luas, o trabalho sobre o corpo.
Quando se começa? Tudo está no seu lugar. Misteriosamente
aquilo com que lidamos não são corpos,
ou serão o nosso regresso aos romances inacabados, à
transparente folha.
O caçador dispara uma e outra vez, outra vez ainda.
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